Eu sou eu. Você é você


Se há uma grande verdade a ser espalhada aos quatro cantos do mundo, eu diria que é esta: ninguém tem o poder de mudar ninguém, a não ser a si mesmo.
Eu sei. Às vezes é difícil entender e, sobretudo, aceitar uma coisa dessas, principalmente quando tudo o que a gente mais gostaria no mundo é que as coisas fossem diferentes. Que os outros agissem de outra forma, pensassem de outra forma, fizessem por nós e para nós aquilo que a gente faria por eles e para eles. Algo como verdadeiramente mostrar que se importa, entende?
Mas a coisa nem sempre funciona dessa maneira. Eu sou eu. Você é você. E nós, com todos os nossos talentos e imperfeições, com toda a nossa beleza, a nossa singularidade e a nossa humanidade de carne e osso, pensamos, agimos e muitas vezes enxergamos e compreendemos o mundo de uma forma completamente diferente uns dos outros.
Fulano de um jeito mais otimista. Ciclano desacreditado. Beltrano às vezes confiante, às vezes completamente frustrado. Há quem enxergue soluções para todos os problemas. Há quem simplesmente não consiga encontrar uma saída. Há o que enxergue problemas, algumas soluções, outros tantos problemas. E há também aquele para quem não existe problema, porque tudo é resolvível, superável, aprendível.
Tudo, absolutamente tudo na vida, é uma questão de escolha. E de responsabilidade.
Como estamos escolhendo reagir diante das ações dos outros? Como estamos influenciando o mundo ao nosso redor e nos deixando influenciar por ele?
Ninguém tem o poder de mudar ninguém, a não ser a si mesmo, o que quer dizer que algumas coisas estão no nosso controle – como a nossa própria vida e a forma que nós escolhemos enxergá-la – outras, não.
Carregar pesos desnecessários não muda o mundo. Olhar para dentro de si mesmo, certo de que as suas próprias dores são bálsamos de aprendizado e sabedoria, fazendo de você alguém mais forte, mais capaz e mais confiante, sim.
O que muda o mundo é sempre a nossa vontade de sermos a nossa melhor versão. E não a nossa tentativa, muitas vezes frustrada, de mudar o outro.
É pelo exemplo que se constrói a mudança; é pelo olhar generoso e empático, livre de críticas e julgamentos, que alguma coisa começa a acontecer do lado de fora. Porque ali, no lado de dentro, a consciência segue tranquila, na certeza de que todos nós temos um potencial infinito para sermos quem a gente quiser ser.
Compaixão. E o entendimento de que sempre temos algo a aprender com o outro, principalmente quando esse outro é aquele que mais nos julga, mais nos critica, mais nos machuca e nos faz sofrer.
E, mais uma vez, questão de escolha.
Olhar para o outro como o mestre ou o carrasco. Olhar para todas as pessoas e enxergar em cada uma delas uma partícula divina. Ou deixar-se sucumbir pelas críticas e julgamentos de um mundo às vezes tão cruel.
Ninguém tem o poder de mudar ninguém, a não ser a si mesmo, repito. O que quer dizer que só você tem o poder de te abalar.
Hostilidade. Ressentimento. Medo. Culpa. Vontade de que as coisas fossem diferentes…
Vai lá. E faça-as diferentes.
Vai lá.
E escolha amor, ao invés de tanta coisa que só te machuca e te faz mal.
Libere de si mesmo a carga do julgamento. Não seja tão cruel assim com você.
Ame-se e respeite-se acima de tudo, na certeza de que você tem feito pelo mundo o que você gostaria que o mundo fizesse por você.
Se eles não amam, ame assim mesmo. Se eles não compreendem, compreenda assim mesmo. Se eles não respeitam, não escutam, não estendem a mão, respeite, escute e estenda a mão assim mesmo.
Eles podem mentir; diga sempre a verdade. Eles podem julgar; não julgue, porque você sabe o quanto dói o peso do julgamento. Eles podem te dizer um milhão de coisas ruins; diga apenas coisas boas e, se achar que ainda não é capaz de tanto, silencie.
Pode ser que te chamem de bobo, de louco, do que for. Agradeça. E deixe ir.
Não devolva na mesma moeda. Não adote o “dois pesos, duas medidas”, porque o acerto de contas será sempre entre você e a sua consciência. E não entre você e eles.
Para muitos, a felicidade é busca eterna. Para outros, é sempre encontro. Da gente com a gente mesmo.
Abre a porta. E deixa entrar.

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