A cada dia me convenço mais de que as palavras, embora tenham poder e possam impactar, são como sopros de vento se não vierem acompanhadas da ação consistente e verdadeira. De nada adianta um discurso que não é percebido nem vivido na prática, por mais bonito, emocionante e impactante que ele possa ser.  Falam tanto sobre amizade e consideração, mas poucos são os que realmente já estenderam a mão para ajudar um amigo. Falam tanto da necessidade da presença efetiva, mas você pode contar nos dedos aqueles que, mesmo na ausência, fazem questão de se mostrar presentes, de alma e coração. Dizem para não julgar, mas, quando você erra e faz escolhas dissociadas do ideal de sucesso e felicidade do senso comum ou do que é considerado “certo” e “seguro”, quantos não são os que te criticam e te atiram pedras? (nesse caso, menos gente do que você possa imaginar, viu? O que pode te ajudar a derrubar todas as aquelas desculpas que você teima em levantar feito bandeira). Muitos do que pregam o amor ao próximo, a gratidão e o “mostrar que se importa” nem te olham nos olhos quando você fala. As palavras podem ser bonitas, mas, na prática, alguma coisa parece fora do lugar.

Quando eu digo para que você escolha ser você mesmo, eu quero te dizer exatamente isso: não fique se achando uma fraude porque existem algumas milhares de fraudes por aí (e que se acham verdadeiras!). Demorei muito para entender que o que mais me incomodava no mundo era dizer uma coisa e viver outra; ser a “transformadora de vidas”, que não tinha a própria vida transformada.

Se hoje eu escolhi ser eu mesma, quer dizer que escolhi agir de acordo com a minha verdade. E a minha verdade não é uma verdade de palavras, por mais bem escritas que elas sejam. A minha verdade é a de alguém que acredita que dentro de todos nós existe uma força do bem. Em todos nós. Mesmo no cara que não vive o que prega. Mesmo na pessoa que quer te fazer mal. Todos nós, lá no fundo, somos seres de amor.

Se o seu medo advém da palavra do outro, se o seu sentimento de inferioridade advém da palavra do outro, olhe para o outro lado, para o lado de dentro, porque é ali que você vai encontrar a sua resposta. Nada do que digam pode ter o poder de te derrubar, a não ser você mesmo (muito cuidado com o que você anda dizendo pra você e sobre você!).

Num mundo de palavras, quem é que vai saber, ao certo, se quem te critica, na verdade, não gostaria de estar exatamente no seu lugar? Será que a felicidade estampada nas redes sociais é uma felicidade real? (porque, confessa: às vezes você se sente um merda, com o perdão da palavra, por ver tanta gente feliz e bem-sucedida por aí enquanto a sua vida não anda nada bem). Gratidão virou moda, mas, numa boa, será que estamos sendo realmente gratos? Você é de fato grato por tudo o que tem, mesmo que ainda não tenha tudo o que deseja?

Palavras são apenas palavras. De modo que para mim, sozinhas, destituídas de ação verdadeira, não significam absolutamente nada além disso: palavras.