Dezesseis dicas para prevenir o estresse pós-parto

Por Giuliano AgmontFoto Eduardo SveziaDepois que o bebê nasce, a mãe passa por uma avalanche de emoções. Some-se a isso o excesso de demandas por causa dos cuidados com o recém-nascido, como amamentar, trocar fraldas e fazê-lo dormir. O resultado pode ser um nível de estresse altíssimo, que pode se traduzir em uma irritabilidade extrema, tristeza e até mesmo depressão. Para ajudá-la a evitar esse estado de alta tensão, reunimos dicas preciosas de especialistas para você passar pelo período com um pouco mais de equilíbrio.
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1. Avalie seu estado geral de saúde
Faça isso, se possível, antes de conceber o filho. Adolescentes, mulheres acima de 35 anos, mães com aborto de repetição e portadoras de doenças crônicas costumam apresentar gravidez de risco, que contribui para o estresse. A informação reduz a ansiedade, mas é preciso autoconhecimento para saber se você está pronta para lidar com a situação, inclusive ter de ficar em casa sem trabalhar.
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2. Tenha um estilo de vida saudável

Alimentação balanceada e rica em fibras, muita água, atividade física moderada e regular, estabilidade emocional e distância de cigarro e drogas são desejáveis para uma grávida. Hábitos saudáveis contribuem para uma maternidade sem traumas.
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3. Estreite os laços afetivos

O suporte da família e dos amigos é decisivo para a paz de espírito de uma mãe, sobretudo numa gravidez não programada ou indesejada. Nessa hora, o parceiro tem um papel fundamental. Se ele apoiar a parceira e participar da gestação, os riscos de estresse caem bastante. Caso contrário, a mulher tem de ficar mais atenta para não se desestabilizar, quem sabe até buscar ajuda profissional.
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4. Confie nos seus instintos

O primeiro filho é o teste de fogo. Saiba que você vai errar mais do que acertar no começo. Mas tudo sempre termina bem. Procure suportar essa situação e confie nos seus instintos. No caso de grávidas com outros filhos, o problema pode estar no ciúme. Procure aproximar os irmãos já desde a gestação.
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5. Mantenha a planilha de gastos em dia
A condição financeira é um motivo recorrente para o estresse. Deixe as contas para antes do nascimento. Se possível bem antes, para não correr o risco de faltar dinheiro numa hora ingrata.
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6. Cultive o vínculo materno

Converse com o bebê, conte histórias, afague sua barriga, massageie as extremidades, abrace-o. Ações como essas ajudam a aumentar a afinidade com o filho e dão sentido à nova situação. Isso fatalmente neutraliza os efeitos do estresse.
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7. Busque suporte para o momento do parto
O nascimento costuma ser o momento mais esperado pelas mães. E o mais temido também. Por isso, vale a pena pedir ao marido ou a alguém de confiança que esteja presente nessa hora. Os especialistas garantem que a recuperação do parto normal é menos traumática. Mas é importante tomar uma decisão consciente. A mãe é quem sabe como quer ter o bebê.
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8. Preze pela sua estabilidade emocional

A gravidez mexe com as mulheres. Mas é preciso avaliar até que ponto você está preparada para segurar a onda. O desequilíbrio é a porta de entrada para o estresse. E as consequências são perversas e viciosas: distúrbios do sono, alternância entre carinho e agressividade, irritação, raiva, culpa e, enfim, depressão.
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9. Encare com bom humor as mudanças no corpo
Saiba que seu corpo muda com a gestação. Depois do parto, então, a situação se agrava. E as mudanças podem levar à aversão à criança. Fique atenta. Até porque, com o tempo, tudo volta ao normal.
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10. Tenha em mente que você vai dormir pouco

Deixar de dormir é talvez o maior drama na vida de uma mãe. Mas é também inevitável. Afinal, no começo, a criança vai mamar em intervalos de três a quatro horas. O importante aqui é entrar no ritmo e descansar. A falta de sono favorece o estresse. Um cuidado importante: esvazie os dois peitos a cada mamada, isso vai saciar o bebê por mais tempo.
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11. Aprenda a amamentar antes de o bebê nascer

Parece fácil, mas não é. Amamentar exige instrução. Se o bebê tiver dificuldade de pegar o peito no começo, insista com paciência e tranquilidade. Se você estiver muito insegura, converse com as amigas que já tiveram filhos ou procure serviços de apoio à amamentação nos grandes centros de saúde.
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12. Informe-se sobre os sintomas da depressão pós-parto

Ela está vinculada ao puerpério, período que decorre desde o nascimento da criança até que o corpo e o estado geral da mulher voltem às condições anteriores à gestação. A mãe se aliena da realidade, torna-se agressiva, sente-se intimidada pela dependência integral da criança, perde a comunicação afetiva com o bebê, dorme mal, apresenta falta de apetite e pode ter taquicardia, hipertensão e problemas intestinais. Saiba reconhecer.
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13. Evite idealizar demais a hora do nascimento

Durante os nove meses da gestação, a mãe fica imaginando o rosto do seu pequeno. É um exercício bastante prazeroso. Pelo menos até o parto. Mas, quando a mãe pega a criança pela primeira vez no colo, pode se incomodar com o rosto enrugado do recém-nascido. Para algumas, isso chega a ser um choque. Cuidado para que isso não a desestabilize.
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14. Mantenha uma boa relação com o parceiro

Sua relação com o pai do bebê é decisiva para o bem-estar da família. Ambos podem estar carentes, cada um a seu modo. Tente reverter isso em afagos, gentilezas, gestos de carinho e não em brigas, insultos e praguejadas. Compreensão, tolerância e cumplicidade são as palavras de ordem para o casal.
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15. Invista em uma alimentação rica em vitamina B

O estresse natural do período pós-parto pode ser combatido com as chamadas vitaminas do complexo B. Elas restauram a memória, neutralizam a ansiedade e favorecem o sono. Você pode encontrar essas vitaminas em alimentos como as nozes, a ervilha e o feijão.
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16. Reserve um tempo para si

Sua vida não pode girar exclusivamente em torno do bebê, mesmo nas primeiras semanas. É preciso aliviar o estresse. Tenha com quem conversar sobre outros assuntos, busque atividades relaxantes, tome um banho com calma e cuide de sua higiene pessoal. Evite, por exemplo, passar o dia de pijama e, entre uma mamada e outra, mesmo se o tempo for curto para uma soneca, coloque um CD de música que lhe traga tranquilidade.
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Fontes: Olímpio de Barbosa Moraes Filho, obstetra, presidente da Comissão de Abortamento, Parto e Puerpério da Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e professor adjunto da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Pernambuco, e Ana Maria Rossi, presidente da International Stress Management Association no Brasil (Isma-Br)

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